A Camões, comparando com os dele os seus próprios infortúnios

Rui Cruz
Criado a

De Bocage…

Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu quando os cotejo!
Igual causa nos fez perdendo o Tejo
Arrostar co sacrílego gigante:

Como tu, junto ao Ganges sussurrante
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante:

Lubíbrio, como tu, da sorte dura,
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura:

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Modelo meu tu és… Mas, ó tristeza!…
Se te imito nos transes da ventura,
Não te imito nos dons da natureza.

Embora não tenha percebido um corno… este foi o “disco pedido” do Vlad.
Rui

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