Carta aberta à presidente do Município de Palmela
Rui Cruz
Cara Presidente Ana Teresa Sá,
Sou um contribuinte que sempre cumpriu com os seus deveres cívicos e com as devidas contribuições obrigatórias para o estado. Como empresário em nome individual também faço os meus pagamentos a tudo o quanto é sitio. Na minha casa no Pinhal Novo pago a luz, as botijas de gás… e só não pago a água quando o Município não envia as faturas, ou seja, quando não me deixam.
Passo a explicar:
Nos últimos dois anos tive três vezes a fatura por liquidar e emitem logo, em tom ameaçador, uma nota de dívida. Se eu demorar mais de uma semana a ver essa nota, digamos, quando estou de férias, emitem logo uma execução fiscal. Até parece que sou um preso fugido a justiça, para me “executarem” o que quer que seja. É que, cara Presidente, não me importo que me exijam seja o que for em termos de pagamento, desde que apresentem a prova de que eu tenho algo a pagamento. O que se passa é pura e simplesmente que em dois anos tive três faturas que não me chegaram. Mais grave ainda: da primeira vez, reclamei e responderam fora dos prazos legais, da segunda vez nem me preocupei e desta vez, vou levar as coisas mais a sério um pouco.
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Como vocês também não têm fatura eletrónica não posso receber confortavelmente a carta no meu e-mail e como deve compreender, Senhora Presidente, não vou ativar o débito direto numa fatura que posso não receber. Se querem serviços eficientes, então enviem referência multibanco na nota de divida, porque caso contrário o “Zé Povinho” tem que perder um dia de trabalho para se deslocar onde vocês pedem e mandam. Ou então fica sem água!
Este povo deste concelho é um pouco envelhecido, eu sei. Mas isso não é desculpa para pensar que todos têm tempo de ir de encontro ao vosso serviço, não concorda?
Cabe a si, como Presidente do Município de Palmela, apurar responsabilidades. Não pretendo uma resposta a indicar-me que “a fatura foi emitida”, porque, como a Senhora sabe tão bem ou melhor como eu, elas nem são emitidas no Município e sim numa empresa em Lisboa, que por agora não valerá apenas mencionarmos o nome. Esse tipo de respostas é para mandar areia para os olhos do povo. Mas não dos meus olhos, esta foi a gota de água em relação às faturas de água que recebo, passo a redundância.
Venho então, por este meio bastante original e aparentemente contraditório á sua política – uma vez que parece que a Internet e as coisas eletrónicas não chegaram ainda ao concelho – pedir a análise e restituição de todos os valores cobrados nas três vezes que durante dois anos tive que os pagar, incluindo o valor de 0.25EUR referente ao juro de mora desta última fatura.
Solicito ainda que entretenha junto da Empresa Municipal de Águas, para que a mesma não caia no esquecimento de, assim que possível, colocar fatura eletrónica. Até lá, cabe a si e à sua equipa de gestão, a responsabilidade de assegurar, com os meios que achar necessários, a correta entrega das cartas na minha residência.
Por fim, e para provarmos que efetivamente o Município está tecnologicamente apto para dar as respostas, faço-lhe também um desafio: responda neste blog, nos comentários. Sei que será praticamente impossível, mas a esperança é a última a morrer. Assim como por grande azar, em três vezes a minha fatura foi a última a ser enviada… ou a nem sequer chegar!
Cordiais saudações do seu Munícipe,
Rui