Deficiência visual no acesso ao computador
Rui Cruz
Hoje em dia, muito se ouve falar no open source, no software grátis, na pirataria. Todos queremos, de uma forma ou de outra, deixar de pagar para termos algo. Poderá ser por Portugal estar como está a nível económico? Ou estaremos a evoluir para os “anos futuros” de Star Trek, onde o dinheiro deixou de ser um poder?
Seja como for, e especulação de lado, certamente que perante a crise nacional, temos que tomar atitudes para pouparmos no que podemos.
Citando a petição para a acessibilidade eletrónica, “segundo os Censos de 2001, a população de idosos e deficientes em Portugal totaliza 2.248.600 indivíduos (sem sobrepor a população idosa com deficiência declarada – 79.301) representando 21,6 % das pessoas residentes em Portugal”.
Seguindo estes dois pontos de partida, e devido ao facto das pessoas portadoras de deficiência terem o mesmo ou até menos dinheiro que os Portugueses em geral devido à (ainda) discriminação laboral, surgem duas principais alternativas aos programas de acesso ao computador por pessoas portadoras de deficiência visual ditos “comerciais”:
- NVDA – um leitor de ecrã que funciona em Windows e permite a pessoas cegas lerem o que é apresentado visualmente no ecrã. Este programa é open source e grátis. Download aqui.
- iZoom – um ampliador de ecrã que funciona em Windows e permite permite ampliar o conteúdo gráfico de uma janela para pessoas com baixa visão. Também contém suporte limitado a voz. Download aqui de versões trial e ampliadores para browser apenas, e aqui uma que já foi retirada do site que é completamente gratuita. Ainda pode para o apoio vocal do programa usar o sintetizador de voz eSpeak que é grátis.
Afinal, devems ou não pagar por uma versão comercial deste tipo de software?
Sim e não. Não, se formos usar apenas as funções básicas do software (ler o ecrã, ou amplia-lo). Sim, se formos usar funções avançadas como a utilização de programas de complexidade gráfica extrema (na leitura de ecrã) ou funções de modificaçãode cores (na ampliação do ecrã) para quem, por exemplo, não distingue uma cor de entre todas outras.
E de notar que em versões pagas o suporte é, ou devia, ser prestado prontamente. Em versões gratuitas/open-sourve fiamo-nos mais na ajuda mútua das pessoas.
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Quem não quer poupar uns euros em programas grátis? Aqui existe solução, e eu estou ao dispor para ajudar ou recomendar quem ajude a trabalhar com estes programas. E recomendo sempre uma passagem pelo site MegaTTS, onde encontramos diversas informações sobre programas grátis e open source, bem como Linux adaptado à deficiência visual.
Como se falava há uns anos num programa de televisão “os animais são nossos amigos”, depois de vermos softwares a custarem 1.300€ eu diria também, correndo o risco de ser repetitivo, que “deficiêntes também são gente”.
Rui
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