Entrevista com Virgínia Coutinho, organizadora do Upload Lisboa
Rui Cruz
Realizou-se nos dias 11 e 15 de Dezembro o UploadLisboa, Nesta segunda edição deste evento dedicado à Web 2.0 – e aos números cima – existiu também uma edição Pro. Hoje faço umas perguntas à Virgínia Coutinho.
Rui: Virgínia, obrigada por aceitares esta entrevista. Em primeiro lugar e é sem dúvida uma coisa que me cativou bastante ao ler: no primeiro Upload Lisboa os membros organizadores não se conheciam pessoalmente. Nunca te passou pela cabeça que algo fosse correr mal? Algo do género, “afinal este não é de confiança, vou-me embora antes que sobre para mim”? 🙂
Virgínia: Antes de mais, agradeço o convite e, acima de tudo, a tua presença nesta segunda edição do Upload Lisboa. Quanto à tua pergunta…Consegues saber, cada vez mais, quem e como são as pessoas, através do que fazem na Internet. Estamos a falar de pessoas com quem interagia frequentemente, que via como o faziam com outras pessoas e que espelhavam as suas opiniões sobre diversos assuntos, nos mais diversos meios… não eram propriamente desconhecidos. Na verdade foram pessoas que corresponderam às expectativas. Acrescento que online é hoje uma excelente ferramenta para recrutamento, pois consegue saber-se quem realmente são as pessoas, e não o que afirmam ser.
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Rui: Qual foi a edição que deu mais trabalho, e porquê?
Virgínia: A primeira edição foi difícil por tudo o que está inerente ao começo de algo, partir do nada e construir, neste caso, um evento/uma marca. Éramos apenas 4 pessoas com interesse pela área que quiseram criar um espaço de debate sobre o tema, e acredita que é difícil dar credibilidade a um evento desta forma. O facto do 1º Upload Lisboa ter corrido bastante bem afastou o cepticismo e, ao nível de notoriedade e de construção de marca, facilitou o nosso trabalho. No entanto, esta segunda edição teve dois eventos, sendo que o Upload Lisboa Pro foi um evento de grande envergadura, que se revelou muito trabalhoso… Tivemos trabalho redobrado e o contacto e negociações com oradores internacionais é sempre mais moroso e difícil do que com oradores nacionais.
Rui: Vai haver uma terceira edição do UploadLisboa? Existem já preparativos?
Virgínia: Haverá uma terceira edição, sem dúvida, e as expectativas e ambições são sempre maiores. Estávamos a organizar a segunda edição e já a pensar numa terceira. No momento, ainda estamos na fase de regularizar tudo, na fase de pós-evento. Só tendo tudo devidamente organizado da segunda edição é que nos focaremos exclusivamente na terceira.
Rui: Quiseste ter alguém nas duas primeiras edições que desejarias ver numa terceira, ou todas as pessoas que achaste que podiam contribuir estiveram lá?
Virgínia: Em relação a oradores? Estamos ainda numa fase “embrionária” em Portugal, de tal forma que é difícil identificar as pessoas que têm algo para o contar e da forma mais própria possível. No entanto, todos os anos se vão “revelando” novas pessoas e podemos assim ter um leque diversificado de oradores. Não houve ninguém, que me recorde, que gostasse imenso de ter no Upload Lisboa, e que não conseguisse…houve sim pessoas que foram convidadas, que por uma razão ou por outra não tiveram oportunidade de ir, mas que são pessoas que abordaremos para o 3º Upload Lisboa. A nível internacional havia também nomes que gostaríamos de ter trazido, mas o nosso maior desafio era trazer o Brian Solis e, ao fim de meses de negociações, foi possível.
Rui: O que é que podia ter corrido melhor neste último ano?
Virgínia: Tudo o que fazemos pode sempre ser melhor, e os eventos não são excepções. Todas as edições procuramos identificar alguns pontos menos positivos, quer pelo feedback que vemos na Web/nos é dado directamente, quer pelas sugestões/respostas do questionário de satisfação, para os tentarmos resolver e criar edições cada vez melhores.
Rui: Se tivesses, no uso da tua opinião pessoal, que escolher o melhor orador deste ano, qual escolherias e porquê?
Virgínia: Todos os oradores deram um importante contributo para o sucesso do Upload Lisboa. Houve muitos oradores que me surpreenderam positivamente, não só pelas palestras que deram, como pelas pessoas simpatiquíssimas que mostraram ser. Não consigo escolher um…
Rui: Esta pergunta pareceu-me pertinente, uma vez que meio mundo geek anda contra este jornalista… mas, o que é que se passa entre o Upload Lisboa e o Paulo Querido?
Virgínia: O Upload Lisboa não tem absolutamente nada contra o Paulo Querido, muito pelo contrário! O Paulo foi um dos oradores na primeira edição do evento e tem ajudado o Upload Lisboa no que está ao seu alcance. É pertinente realçar que não conseguimos “controlar” o que é dito no evento, mas o Paulo Querido e o Upload Lisboa têm muito boas relações, as que esperamos que se mantenham e que se traduzam na presença do Paulo em próximas edições.
Rui: Continuando também na temática do mediatismo, foi criado um grupo do Facebook chamado Menina do Microfone. A verdadeira Menina do Microfone comentou contigo o que achava da ideia? Ou a organização tem algum comentário a fazer?
Virgínia: (risos) Acho que a menina do Microfone ficou simplesmente envergonhada… não estava a contar ser uma celebridade Web!
Rui: Por último, no Upload Lisboa não vi muita gente de gravata. Achas que os gestores tradicionais e engravatados que costumávamos ver ainda estão cépticos a este tipo de eventos?
Virgínia: O tema já tem a sua parte de informal e o Upload Lisboa, embora queira ser um evento “levado a sério”, o que penso que tem acontecido, é também um evento um pouco informal. Afinal quantos Web strategists, community managers, ou mesmo Web developers já viste de gravata?
Obrigado pela entrevista. Ficamos à espera do Upload Lisboa 3ª edição!
Rui