Ganhar a guerra ou perder as armas?
Rui Cruz
Ganhar a guerra da informação ou perdermos as armas de uma Internet livre? Essa é a questão que nos últimos meses se tem falado.
Há já uns bons meses que não escrevia neste blog. O tempo não o tem permitido e a vontade foi toda para o Tugaleaks. Mas, nas últimas semanas, tenho tido a vontade de dizer aos meus leitores como eu acho que todos nós, incluindo tu que estás a ler, estamos a perder a guerra da informação.
Recebe novos posts por e-mail
A forma como os Estados Unidos e as corporações habituais tentaram passar o ACTA – que chumbou na União Europeia – e a forma como outros planos que nos supostamente querem proteger (de quê?) quando na verdade visam restringir o nosso acesso á informação livre estão a ser falados, neste preciso momento, em segredo e à porta fechada dos estados e países democráticos, é já por si uma afronta às liberdades que temos agora.
Não tenciono pactuar com isto. A deepweb existe, e se for preciso ensinamos as pessoas a usa-la. A deepweb, para quem não sabe, é uma “rede” da Internet ligada de forma anónima que pela sua forma e construção se torna quase impossível monitorizar.
No Egipto, na época da revolução há uns longos e vitoriosos meses, o Governo tentou desligar a Internet. Vários grupos via Twittere e não só criaram modems e alternativas para haver uma ligação. E depois, o resultado foi “desligar” o Governo.
Cada vez mais existem pessoas e libertar informação. Recordem-se sempre que, à luz da Constituição da República, qualquer pessoa o pode fazer. O Art. 37 fala de “Liberdade de expressão e informação” e o ponto 1 diz que “ 1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações”.
Tu tens o direito de informar. A voz, a fotografia e outros maios (mais alternativos mas não menos importantes) são a tua arma.
É este o direito que nos querem tirar?