Não uses Google Forms. Conhece aqui o motivo.

Rui Cruz
Criado a

Provavelmente já submeteste algum formulário no Google Forms. Aquele form que quando abres no ecrã fica igual a todos os outros forms que já conheces, sem “vida”, sem personalização, super estático, sem a tua marca. Apenas, e só, com a tua informação de questões, submissões, informações. Sem incentivos, sem mais nada.

Este é um serviço “inofensivo” para algumas empresas,  mas que pode desmotivar os utilizadores a submeterem informação, e que pode levantar questões legais sobre a forma como a tua empresa funciona e com uma falta de opções de verificação de onde a informação está que pode ser desafiadora para qualquer profissional de IT.

 

Vamos por partes:

Recebe novos posts por e-mail

 

Tu és o produto

O pior do Google Forms é o facto de ser grátis. E quando é grátis,  tu és o produto . Enquanto por um lado usas um serviço grátis, por outro vem o catch de ser grátis, é uma faca de dois bicos. Vais mesmo imaginar que o Google não ganha nada com este serviço grátis? Ganha notoriedade, uso do seu domínio (porque não podes criar URLs específicos mesmo com um domínio próprio), massificação da marca Google, tudo isto são opções válidas que podes ter de forma indireta como benefício.  Quem ganha não és tu, são eles. 

 

RGPD? Não funciona, não há…

Vamos imaginar que és o dono de uma empresa e usas o Google Forms, sem saber onde tens os dados armazenados. Será num datacenter Europeu ou será que é num dos Estados Unidos?  O facto é que não te dizem. Antigamente quem usava o G Suite podia selecionar em que datacenter pretendia manter as informações, e por isso se usavas o Google Forms com a tua conta Google profissional ainda tinhas algum controlo, mas nos planos mais básicos o Google deixou de permitir essa seleção. E se usares uma conta pessoal, bem podes imaginar onde é o datacenter onde estão os teus dados, porque nem tu sabes e ficas mesmo pela imaginação.

Ora, se não sabes, também não vais poder assinar (porque tens que pedir) com o Google um  Acordo de Processamento de Dados (DPA) em Conformidade com o Artigo 28 do Regulamento Geral de Proteção de Dados .

Ou seja, se recolheres dados numa conta pessoal,  estás a fazê-lo “meio que” à margem da lei. 

 

Incentivo ao uso de conta Google

Se quiseres fazer um formulário de recolha de dados de candidatos onde queiras pedir o CV, a única forma é usarem uma conta Google para fazer login. Podes anexar anexar se fizeres login podes anexar ficheiros. E se não tiveres uma conta Google, ou não a quiseres usar?  É simples, não submetes.  Já para não falar de que se enviares alguns ficheiros e a pessoa os abrir, podes aplicar vírus ou spyware no computador de quem os abrir. Até pode não ser fácil, mas é possível.

Por falar em conta Google, isto fica guardado nos Google Docs, e se algum dia a tua conta Google for hackeada, estes dados ficam com terceiros. Porque quase ninguém apaga os dados ou remove-os quando já não precisa.

 

Falta de personalização

Queres dar um prémio ou redirecionar para uma página de “obrigado por submeteres toma lá isto de borla”? Podes querer, mas não vais fazer, porque não dá. O mesmo se diz do design, tipos de letra, etc, é tudo muito reduzido na personalização.  Parece sempre um form igual aos outros, mas com cores diferentes. 

Por último, se estiveres a usar uma conta Google já logada (porque o form deteta) e se tiveres definições em Inglês, metade do form fica em Inglês (as variáveis do Google) e a tua informação que queres recolher em Português.  Digamos que não é bonito. 

 

 

Então, o que podemos fazer?

O ideal é procurares plataformas de código livre, auditáveis, como o WordPress que tem vários plugins de submissão de formulários, onde podes de forma clara e inequívoca perceber como os forms funcionam, personalizares os mesmos, teres controlo dos teus dados.

Ou usar serviços pagos, onde os dados são teus e tu controlas onde eles estão, podendo personalizar as coisas à vontade, como o Typeform.