Perdi a virgindade aos 25 anos

Rui Cruz
Este é um post convidado de Mário Andrade.
Desde os 16 anos que sou pressionado a fazer o que eventualmente todas as pessoas acabam por fazer. Cada um com o seu jeito, cada um com o seu ritmo e cada um com o seu gosto pessoal e adaptação à situação.
Durante bastante tempo vi e ouvi comentários, uns diziam que não era nada de especial, outros diziam para pensar bem antes de me meter nestas coisas, outros dizem que a vida deles ficou bastante mais confortável. A mim confesso que me deixou um pouco de pé atrás quando comparadas as regalias com os riscos.
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A primeira vez que a situação quase aconteceu foi aos 19 anos. Eu estudante a trabalhar à noite num clube de vídeo, jovem e rebelde gostava da minha liberdade não queria compromissos a longo prazo que pudessem prejudicar ou afectar a vida que levava.
A segunda vez foi bastante interessante, uma rapariga que conheci na net, seis anos mais velha que eu, fomos sair, passear, conversamos um bocado e foi então que ela me fez uma propostas. A principio parecia tudo muito bom mas mais para o final um conjunto de situações deixaram-me incomodado e decidi que não seria a melhor opção na altura. Hoje pergunto-me como teria sido se tivesse aceite…
Avançando um pouco na história de há 3 meses para cá comecei uma nova etapa na minha vida. Novo trabalho, comprei um Opel corsa 1.2 Twinport a gasolina que ando a pagar todos os meses, o meu maior compromisso neste momento é com o trabalho. Foi em Novembro de 2008 que tudo começou, conheci nova gente e até Janeiro fiquei na dúvida sobre o futuro. No final de Janeiro tudo ficou decidido. A minha liberdade é o aspecto mais importante. Se me sinto preso isso vai reflectir-se no meu trabalho, na minha vida pessoal e social, enfim em todo o lado. Não que não goste de compromissos. Sou bem capaz de assumir compromissos desde que me sinta confortável e optimista com eles. Por vezes correm-se riscos mas hoje em dia tudo tem de ser bem medido. Longe vão os anos onde «logo se vê o que vamos fazer».
Foi então que decidi avançar, já era altura de encarar a realidade e reconheço que já é um pouco tarde, devia ter aproveitado as oportunidades que a vida me deu mais cedo.
Hoje finalmente aconteceu. Não foi nada de especial, contei com alguma ajuda, afinal de contas foi a primeira vez. Demorou mais ou menos 10 minutos, coisas de principiante.
No final fiquei contente e até houveram algumas piadas por eu ter 25 anos e quem me ajudou tinha começado aos 18 anos. Mas no final confesso que a liberdade é importante, gosto de saber que não estou preso e posso abraçar o que a vida me proporciona.
Pensava que ia demorar mais e existir uma série de burocracias que apenas interessam a primeira vez que acontece, talvez a segunda para ter a certeza de que não nos esquecemos de nada. No final lá passei o meu primeiro recibo verde, aos 25 anos. Quem diria que ia aguentar tanto tempo até acontecer 🙂
Este foi um artista convidado de Rui Cruz. Se tens algum trabalho escrito e pretendes divulga-lo entra em contacto.