Redefinição do Tugaleaks como órgão de comunicação social

Rui Cruz
Em 2013 criei o órgão de comunicação social que desde 2010 era apenas blog. Queria mais proteção jurídica e legal. Tive-a, em parte. Mas agora é hora de subir a um outro nível.
O tempo passa e o Tugaleaks já tem oito anos . Fiz muito com ele, concretizei bastantes objetivos e acima de tudo ultrapassei as metas que tracei.
Mas tudo parou quando a 28 de fevereiro de 2015 entrou a bófia pela minha casa dentro . Traziam um juiz, um mandato e muitos problemas. Fiquei desempregado – leia-se: a única vez que fiquei desempregado – de fevereiro de 2015 a setembro de 2017. Foi duro e só eu sei o que passei. Foi a quarta vez que aquela unidade de polícia se “virava” para mim. Nunca apanharam nada. Até hoje, o processo continua parado (leia-se: sem acusação).
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Hoje tenho emprego, estou estável, mas falta-me uma coisa: o Tugaleaks.
Desde dezembro de 2015 – quando voltei a ter Internet, depois de ter ficado proibido de aceder a esta por 299 dias – o Tugaleaks voltou mas com menos vigor. Confesso e admito. E foi por confessar e admitir isto a mim mesmo apenas recentemente que ele não continuoucom a força que tinha.
Não tinha medo. Mas tinha ficado também sem algumas publicações de hacktivismo (porque deixaram de existir ataques frequentes) e ao mesmo tempo tinha-me focado no emprego, ou na procura dele, e noutros assuntos.
Hoje é diferente. Mas para ser diferente, não basta dizer. É preciso ser .
Tugaleaks sem publicidade
Desde 2015 que a comunicação social mudou de paradigma. A nível tecnológicos temos sites como o Shifter a subir cada vez mais de audiências, temos o Observador com programas “premium” e eu perguntei-me a mim mesmo como podia reinventar o que os outros já tinham reinventado.
E por isso decidi “virar o boneco” e colocar o conteúdo que investiguei nos últimos 8 anos, bem como o futuro conteúdo, totalmente grátis . O Tugaleaks não tem, a partir de hoje, qualquer publicidade.
Por um lado, estou a dizer que não peço nada a ninguém (embora isso possa mudar) e por outro a dizer que a informação é verdadeiramente livre.
E pode mudar porque nos próximos seis meses vou avaliar a minha própria performance e decidir se eu tenho feito algumas coisas que realmente valham a pena partilhar mais ainda. Se sim, logo vejo como vou financiar o site (nunca com publicidade “obrigatória”) e se não, continuar tal e qual como está e fazer melhor.
Mas o que significa isto na prática?
Significa que os poucos artigos que o Tugaleaks tem tido vão passar a ser mais. O meu foco vai ser como até agora em exclusivos, mas em notícias mais pequenas ou investigações divididas por várias notícias.
Significa ainda que não vais ver publicidade. E que daqui para a frente este é um compromisso do Tugaleaks e meu.
Acima de tudo, significam mudanças. E para mudar, basta tentar.
Ah, e significa que temos um vídeo… para celebrar esta mudança:
Obrigado pela confiança.
Rui