Três meses de iPhone: o bom, o mau e outras cenas
Rui Cruz
Tenho há três meses um iPhone 7 Plus. Fui utilizador de Samsung S6 e de Android durante quase uma década. BlackBerry antes disso.
Começo este post com uma contradição: nunca gostei da Apple e gozava sempre que podia com a “raça” de pessoas que a usavam. Estava errado.
Ou seja, ao começar com uma contradição começo também com um pedido de desculpas. Autch, esta doeu.
Os motivos que me levaram a ter um iPhone não interessam para a história. Mas tenho desde dezembro. Foi uma espécie de “prenda de Natal” para quem não gosta do Natal.
Pretendo com este post mostrar como se pode facilmente mudar de Android para iOS de forma o mais rápida e eficaz possível.
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Como mudar
Tens tudo no teu Android. Fotos, vídeos, apps e dados dessas apps. Algumas coisas vais conseguir mudar com esta app que se instala no iPhone e no Android e que permite a transferência da informação de um equipamento para o outro. A transferência de fotos e vídeos é pacífica, mas provavelmente vais acabar por esgotar o pacote do iCloud ( apenas 5GB em 2019… a sério Apple ?). Por isso, recomendo-te fazeres um backup pelo menos dos vídeos e aproveita para os remover do Android.
As fotos são transferidas. Algumas apps também. E isto é claro depois de te registares na Apple quando inicias o smartphone a primeira vez. Aproveito para dizer que cada registo envia uma SMS para um número sem a Apple te dizer. Incha, porco. Já pagaste uns cêntimos e nem soubeste porquê.
A primeira experiência
Ter só um botão no meio é uma porcaria. Pelo menos nos primeiros dias. Cada toque no botão tem uma função diferente. Não há botão para voltar para trás. E atenção que nos iPhones mais modernos nem botão há.
O cliente de e-mail do iOS é particularmente bom. Muito intuitivo, muito rápidos. Os atalhos como o swipe são fáceis de aprender. Mensagens também funcionam bem. Para quem tem iPhone podes comunicar por mensagens dentro do iMessage, mas eu continuo a preferir o Signal.
Os contactos são importados para o iCloud. O WhatsApp embora transferido, perdes os chats. Já o Telegram mantém isso, mas como é inseguro, quem se preocupa realmente com o Telegram? Eu é que não.
Depois apercebes-te que…
Não podes correr apps em background, ponto. Se saíste do ecrã da app, não podes esperar que ela continue a funcionar enquanto vais para outra. Multi window também não há. Uma função que tinha na Samsung e permitia ver duas janelas ao mesmo tempo.
O Wifi desliga-se passado uns segundos. Se tiveres dados ativos, notificações que cheguem (mail, Signal, WhatsApp, etc.) vêm por dados. Incha porco, take 2 , porque vais precisar de um pacote de dados maior.
VPN também é difícil de conciliar com o iPhone. Com a OpenVPN (e testei várias configurações) demoras 10 a 15 segundos a ter “net” quando desbloqueias o iPhone e ele se liga a Wifi. Ou melhor, não liga. Porque a VPN está parada porque ficou sem net (Wifi) e demora um pouco a ligar. É normal e aprendi a viver com isso.
Tudo centralizado, no ecossistema
Entendo que seja difícil sair daqui agora. A maioria das coisas vão para o iCloud. E eu tenho que dizer explicitamente que não quero que isso aconteça. Exemplo: contactos.
Mas quem faz “next” a tudo, fica no ecossistema deles. Novo iPhone? Sem problema, tem ali tudo. É eficaz, mas mantém-te refém do ecossistema. E como tu sabes, não é um ecossistema barato.
Na realidade…
Rápido, podes ter trinta apps abertas que não notas a diferença. Eu próprio já nem fecho apps e elas continuam ali, prontas para eu mudar para elas, um dia ou até semanas depois.
É robusto, não falha. Tens muito mais controle das permissões do que no Android. Foi uma agradável surpresa, é um equipamento para continuar a seguir a “linha” de compra no futuro.
Parece que o iPhone fica por cá. E vamos ver o que se vai passar nos “próximos episódios”. 🙂
A imagem não é minha, não sou rico. Foi o pessoal da Quincemedia que fez.
Rui