Matar á Portuguesa – se gostas de crime, é para ler
Rui Cruz
Um livro onde cada capítulo pode acabar com ou sem corpos esquartejados, com ou sem armas de fogo e onde a única certeza é… um crime de parar o pensamento.
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É assim que vejo este livro. Escrito por um Luis Fontes e Carlos Tomás.
Pode parecer que admiro estas pessoas. E admiro. É que, este tipo de livros, não saem assim todos os dias. São coisas que por um lado não se pode falar, por outro não há espaço para a sua compra no mercado do Português e porque – infelizmente – as pessoas estão todas no seu mundinho.
Em cada crime relatado no livro, dos 37, eu ficava a conhecer factos “genéricos” de crimes. Se eu fosse um maluco com esquizofrenia ou alguém que fosse tentar praticar um crime destes, tinha ali um manual bastante bom. O detalhe não é na história mas sim no facto. O facto jornalístico, esse grande que eu aprecio e por vezes até temo, de tanta verdade que jorra de alguns dos seus praticantes.
Das 37 a que me motivou mais a ler foi “O Massacre de Sacavém”. A história fala de um política que seu interrogatório, presumivelmente sem querer, dá um tiro na cabeça de uma pessoa qualquer – ou seja, a pessoa é irrelevante – e com a ajuda dos oficiais que ali estavam no posto vão decapitar o homem e abandonar o corpo.
A melhor frase, sem dúvida, vai também para esta história: “O corpo decapitado foi levado a coberto da noite e abandonado num terreno na Ramada e a cabeça, metida num saco de plástico, foi deixada em Chelas…”
Ontem foi à apresentação do livro, no Chiado. Estavam lá grandes investigadores da PJ, segundo percebi. Não vi os meus. Pode ser bom sinal.
Acabei de ler o livro hoje. Ofereci-o, porque não tenho lugar no meu modo de vida para guardar “papel” e porque não sou pessoa de levar num livro e voltar a ler outra vez.
O meu livro tinha duas frases autografadas (ambas elas relacionados com o facto de ser o fundador do Tugaleaks), onde se lia:
- “Para o Rui Cruz a quem finalmente conheci pessoalmente e que admiro pela sua luta pela liberdade”
- “Para o grande mestre do Tugaleaks e companheiro de escrita”
Não interessa quem os assina. Mas interessa que, só por isto, se vê que a complexidade deste livro não tem a ver com a simplicidade que as pessoas ostentam. Falam com todos e falam de crimes. E a quem interessar, vale a pena ir comprar.
PVP: menos de 14EUR (13 e qualquer coisa)
Rui